segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Cuidando do Jardim

O escritor Rubem Alvem diz  que “toda alma é uma música que se toca”, e eu acredito nessa afirmativa. A minha agora está tocando essa:


Meu Jardim
Composição: Vander Lee


Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores                              
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores                               
Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores       
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores
Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho                                 
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho       
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho                              
Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim

Chega um momento na nossa vida que parece dar aquele estalo, uma luzinha brilha e resolvemos mudar, sair da inércia, dinamizar...
Nesses últimos dias tenho “cuidado bem de mim, podado o meu jardim...”, e me sentido muito bem.
Lembrei agora de outro escritor e poeta, Mário Quintana, que também fala em jardim, deve ser porque o jardim, quando bem cuidado, chama a nossa atenção pela sua beleza e graciosidade. E ele diz em seu poema: “O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você.” E borboletas são seres lindos, serenos e agradáveis, que também remete a mudança, ou seja, uma metamorfose. E pensando bem é ótimo ter borboletas por perto... Que venham as borboletas...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Cora Coalina - Não sei...


Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura... Enquanto durar.

Cora Coralina

A primeira vez que li esse poema me encantei com a sabedoria dessas palavras. Certamente, a vida não tem sentido se não tocamos o coração das pessoas, afinal vivemos em conjunto.
Percebo que às vezes esquecemos até de ver as pessoas, imagine só "tocar o coração". Na pressa de consumir deixamos de lado o carinho, o afeto, o cuidado com as pessoas que amamos. Consumimos tempo, objetos, fetiches e esquecemos de viver.
Certa vez, conversando com um amigo, ele falou que a vida é tão linda, intensa e rápida que não temos que nos prender a matéria. Temos apenas que viver. E viver é bem mais que acordar e sair pra trabalhar, estudar, ...
Viver é estar aberto para a magia do real, é apreciar o sol que nasce pela manhã, é abraçar o filho e dizer que o ama, é ter momentos de paz em meio a adversidades, é perceber as pessoas a sua volta, saber que somos parte de um todo. E amar...

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Dicas rápidas para relaxar



Com esse mundo líquido, frenético e intenso, é comum nos sentirmos estressados e sem disposição para as atividades da vida diária. No entanto, com um pouco de criatividade podemos fazer a diferença e tornar a realidade mais branda e agradável.

Pensando nisso resolvi postar uma lista de coisinhas simples que encontrei na net para melhorar o nosso dia, e consequentemente, torná-lo mais sereno e proveitoso.

Respirar fundo: essa é velha e batida, e muitas vezes não funciona. Mas é uma boa forma de começar.

Parar um pouco: nem que seja por 2 minutos ao dia, se permita parar tudo e observar o nada. São esses momentos de “brisa” que deixam nossos pensamentos se organizarem, vermos o que realmente tem que ser feito e o que só está atrapalhando, enfim, dar algum objetivo pra toda a correria. Essa dica é mais uma prevenção do que a solução.

Usar uma agenda: pode ser bem chato e difícil de se acostumar no começo, mas eu garanto que muda a sua vida. Comecei a usar agenda uns 3 anos atrás, relutante, e hoje já virou um hábito levantar e dar uma olhada. É um hábito simples que garante que coisas importantes não sejam deixadas para trás, e o mais importante, que você crie perspectivas de quando tempo livre terá no dia.

Dormir bem: e isso não significa dormir muito. Mesmo que você durma tarde e acorde cedo, dá pra fazer com que esse sono seja de qualidade. Cama e roupas confortáveis, um chá, ler um pouco antes de dormir, enfim, descubra o que faz seu sono ser proveitoso, e faça!

Acordar bem: esqueça o que aconteceu no dia anterior, não saia querendo matar todo mundo porque teve que acordar cedo e tente encarar o dia da forma mais positiva possível. Se começar bem, as chances de as coisas continuarem assim são bem maiores.

Fazer alguma coisa diferente: quando todos os dias são iguais ao anterior, a motivação e a vontade de continuar vão lá embaixo. Adote como objetivo fazer alguma coisa diferente, por menor que seja, todos os dias. Eu costumo anotar essas coisas diferentes no rodapé da folha da agenda. É um bom jeito de se lembrar daquele dia depois.

Não deixe de brincar: uma partida de truco de 5 minutos no almoço, uma piada ou vídeo engraçado no email dos amigos, enfim, não deixe que a correria te torne alguém sério demais. Brinque um pouco, bagunce, saia dos trilhos por 10 minutos. Depois volte ao trabalho.

Leia coisas de qualidade: acho que existem maneiras mais divertidas e informais de ver notícias do que os jornais. Por isso, ver as mesmas notícias em um blog desproposital pode torná-las bem mais interessantes e realistas.

Divida bem seu tempo: alguém me disse que o dia deve ter 6 horas para o trabalho, 6 para dormir, 6 para o lazer e 6 não-planejadas. Mesmo que 12 vão para o trabalho, não abra mão de dormir e se divertir. Isso não significa que você não pode se divertir enquanto trabalha ou que não pode dormir no horário de lazer se isso te faz feliz.

Abraçar: um abraço pode melhorar o dia de uma pessoa que não está bem, e fazer você se sentir bem também. Seja legal com as pessoas com quem você convive.

Respeite os ambientes de descanso: Se não conseguir dormir, não fique na cama. Saia do quarto e faça algo relaxante, como ouvir uma música suave, e só volte à cama quando sentir o sono chegar.

Saia da toca: Exponha-se à luz natural e pratique alguma atividade ao ar livre, de preferência pela manhã. O exercício também ajuda a dormir melhor, mas não deve ser praticado muito perto da hora de ir para a cama.

Presenteie-se: Escolha um dia ou horário para se dedicar a você e se “presentear” com algo que dê prazer: ir a um restaurante charmoso, ir a um Day Spa, olhar vitrines, assistir a um jogo, sair com os amigos – só não vale ficar falando dos problemas do trabalho.

Faça atividades físicas, contanto que goste: O importante é descobrir uma atividade que seja conveniente e que traga prazer. Se o exercício for encarado como obrigação e sacrifício, pode acabar sendo mais um fator stressante.

Preciosa, Uma História de Esperança













Recentemente, por ocasião da disciplina de Supervisão de Estágio I, assisti a esse filme, o que me possibilitou uma reflexão sobre diversos aspectos da questão social.

Ah! O que seria a Questão Social?

Segundo Iamamoto, a Questão social é o conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista. O assistente social trabalha nas suas mais variadas expressões quotidianas e, sendo desigualdades, também envolve sujeitos que resistem e se opõem à elas. Portanto, o assistente social trabalha nesta tensão entre produção da desigualdade e produção da rebeldia e da resistência, terreno movido por interesses sociais distintos que tecem a vida em sociedade (Iamamoto,1999, p.27).

CONTEXTO SOCIAL DO FILME


Claireece "Preciosa" Jones é uma adolescente de 16 anos, negra, obesa e analfabeta que mora em New York, no bairro de periferia, o Harlem. A protagonista cresce num lar desestruturado e hostil, sofrendo abuso sexual do pai Carl (Rodney Jackson) e tratada com desprezo por parte da mãe Mary (Mo'Nique). Vivendo sob violência física e psicológica a adolescente encontra refúgio em sua imaginação, onde sonha ser famosa, ter um namorado de pele clara e rico, além de ser amada por todos.
Preciosa encontra-se grávida pela segunda vez do pai, o que ocasionou a suspensão da escola em que estudava. Após uma visita da Diretora Sra. Lichtenstein (Nealla Gordon) em sua residência, Preciosa, se permite a uma nova investida educacional, a “escola alternativa”. A nova escola veio como uma oportunidade de melhorar sua auto-estima e lhe dar mais autonomia. A metodologia do diário utilizada pela professora Sra. Rain (Paula Patton) favoreceu a integração da turma, bem como a reflexão sobre seus valores, crenças, sentimentos e problemas vivenciados.
Em casa, Preciosa é a responsável por cozinhar e fazer a faxina, enquanto a mãe se limita a comer e ver TV. A família vive da renda da Assistência Social, um auxílio desemprego e um benefício para cuidar da filha mais nova de Preciosa que tem síndrome de Down. A criança, apelidada de Mongo, mora com a avó materna, mas retorna sempre que a Assistente Social marca uma visita. No ato da visita a Assistente Social questiona o desemprego de Mary (mãe de Preciosa), ao que a mesma responde que tem procurado, mas sem sucesso. Não se percebe nessa intervenção uma ação investigativa, mas sim burocrática. Faltou nesse atendimento a categoria da mediação. Quem sabe se essa profissional visitasse a família sem antes avisar seria capaz de perceber o real.
Preciosa procura outra Assistente Social, Sra Weiss (Mariah Carey) para o atendimento referente aos benefícios e na conversa deixa escapar a informação de que seus filhos são do próprio pai, o que a impede de continuar recebendo o auxílio financeiro. Depois desse acontecido, volta para escola e de lá para o Hospital, onde nasce Abdul, seu segundo filho. Lá foi tratada com muito carinho pelos profissionais e recebeu visitas de suas colegas de escola.
No retorno para casa, Preciosa é recebida pela mãe com violência, primeiro por ter sido cortado o benefício e segundo por ciúmes do companheiro que engravidou a filha pela segunda vez. As duas brigam e Preciosa sai de casa com o filho, abrigando-se na escola.
Pela manhã, a professora providencia sua própria casa para hospedar a aluna e seu filho. A turma é solidária. Preciosa não entende como pessoas que mal a conhecem podem tratá-la com tanto carinho.
Sua vida está se organizando, quando recebe uma visita da mãe informando da morte do pai por HIV – AIDS. Preciosa questiona a mãe se ela está doente, a mesma afirma que não, pelo fato de não ter praticado “sexo anal” com o companheiro. Neste momento, percebe-se a falta de orientação da mãe quanto às formas de contágio da doença.
Na sala de aula, Preciosa compartilha com a turma a sua condição de soropositiva, bem como toda a situação de desafeto e exploração vivenciada em casa. Expressa sua baixa auto – estima, alegando que ninguém a ama e que o amor só a faz sofrer. A professora afirma que ela e seu filho a amam e motiva – a a escrever sobre o que está sentindo.
O desfecho da história se dá quando a Assistente Social, Sra. Weiss (Mariah Carey) reúne mãe e filha com o objetivo de Preciosa voltar pra casa. Na conversa, a mãe confessa que Preciosa foi abusada pelo pai pela primeira vez aos 3 anos de idade e que não fez nada para impedir, embora não concordasse com tal atitude. Confessa também que tinha sonhos para sua família... Preciosa, resiliente, decide ficar com os dois filhos e viver uma vida feliz.

ANALISANDO A INSTRUMENTALIDADE DO SERVIÇO SOCIAL

Percebe-se na intervenção da Assistente Social, Sra. Weiss, uma atitude crítica, pois a mesma não cedeu diante do suposto “arrependimento” da mãe de Preciosa, no entanto, faltou aí a estratégia da visita domiciliar, onde o profissional pode verificar “In loco” a situação em que vive a usuária. É notável também a ausência de encaminhamentos do Serviço Social diante de tantos problemas, como a gravidez, a exploração sexual, a violência física e psicológica, a AIDS e a situação financeira de Preciosa.
Enfim, no contexto social em que se encontra a protagonista,Preciosa, são muitas as intervenções que o profissional Assistente Social pode realizar, sobretudo a orientação a respeito dos direitos de cidadania e a articulação com a rede socioassistencial local (Acompanhamento da Assistência Social,PSF, Escola, Sec. Saúde, dentre outros)proporcionando ao usuário a capacidade de superação do risco e da vulnerabilidade em que se encontra.




Recomendo o filme!